Câmara Municipal de Marília aprovou ontem projeto do Executivo que garante 6% de reajuste nos salários dos servidores municipais de Marilia, além de 10,93% de correção do vale-alimentação e 27,7% do auxílio-saúde para os aposentados. Projeto foi enviado ao Legislativo após o anúncio da paralisação definida pelos servidores, em assembleias realizadas pelo SINDIMMAR (Sindicato dos Trabalhadores nos Serviços Públicos Municipais de Marília).
Foram realizadas seis assembleias extraordinárias, quando os(as) servidores(as) definiram os índices que seriam apresentados na Campanha Salarial 2023, cujo Dissídio Coletivo tinha como data-base 1º de abril. A última assembleia, realizada em 12 de abril, consolidou o dia 17 de abril como a data de paralisação para cobrar diálogo e a apresentação do índice pela administração, como já havia sido proposto, na assembleia geral realizada no dia 5 de abril.
Com medo da paralisação, no dia 12 (quarta-feira) o Executivo reuniu vereadores da base aliada e apresentou a proposta que seria votada e aprovada na Câmara. Tal índice não agradou os servidores e a greve foi mantida para a última segunda-feira (17/04). Administração municipal ainda tentou recorrer à Justiça, contra o movimento, mas foi derrotada, uma vez que a paralisação foi considerada legal.
Diretoria da entidade sindical ressaltou que os(as) servidores(as) se mobilizaram para ter um reajuste maior, que fizesse frente às perdas acumuladas desde o início do mandato do prefeito Daniel Alonso. Porém, o Executivo se acovardou e não sentou com o sindicato para discutir os índices. “A mobilização e paralisação na segunda-feira mostraram o descontentamento da categoria”, apontou a presidenta do SINDIMMAR, Vanilda Gonçalves de Lima.
Durante a votação dos projetos que tratavam sobre os reajustes salariais, de servidores do município, da Câmara e até mesmo do prefeito e secretários, pressão dos servidores presentes na sessão motivou o presidente do Legislativo, Eduardo Nascimento (PSDB) retirar a última proposta, que previa aumento do Executivo e seus assessores diretos.
Trabalhadores(as) destacam que o índice aprovado não agradou a categoria, mesmo representando a reposição da inflação do período. “Queríamos e queremos mais, pois as perdas ao longo dos últimos anos foram grandes. Isso sem contar a falta de valorização e a precarização do trabalho promovidas por essa administração”, apontou Vanilda.
Após a votação do projeto foi realizada uma assembleia com os(as) servidores(as), para definir os próximos passos. Ficou definido que a mobilização em torno das questões salariais e benefícios sociais vai ser mantida. Também foi votada e aprovada a realização de uma nova assembleia, no dia 8 de maio, para tratar destes detalhes.
“Categoria se mobilizou, esteve no Paço Municipal durante todo o dia e mostrou ao Executivo e ao Legislativo que os servidores têm força”, apontou Vanilda.