Israel informou, nessa segunda-feira (27), que fez ataques no norte, centro e sul de Gaza, que causaram mortes e a destruição de infraestruturas e armas, enquanto o Hamas estuda proposta de trégua negociada em Paris. A força aérea israelense realizou bombardeios no bairro de Zaytun, na Cidade de Gaza (norte), assim como incursões terrestres.
“As forças localizaram [em Zaytun] uma instalação para a fabricação de armas, lançadores de foguetes e sistemas usados pelos Hamas em combate”, de acordo com nota militar, indicando ainda que um número desconhecido de supostos combatentes islâmicos foram mortos e um túnel destruído. No centro de Gaza, as tropas israelenses disseram ter eliminado combatentes e destruído, com a ajuda do corpo de engenharia, “dezenas de locais estratégicos pertencentes ao Hamas”.
No oeste de Khan Yunis (no sul do enclave), ocorreram também combates, segundo o Exército, na área “adjacente às comunidades israelenses” próximas de Gaza. O grupo islâmico Hamas estuda plano de trégua, confirmaram fontes palestinas à agência de notícias EFE, que duraria cerca de 42 dias – coincidindo com o mês sagrado do Ramadã, período sagrado de paz para os muçulmanos. Durante a trégua seriam libertados cerca de 40 civis israelenses em troca de 400 prisioneiros palestinos.
O grupo pode incluir condenados à prisão perpétua, que teriam a possibilidade de serem deportados. Esta primeira fase da trégua estaria condicionada a negociações posteriores, para a libertação de soldados israelenses, e incluiria o regresso gradual dos habitantes de Gaza deslocados do norte do território. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou nessa segunda-feira que está esperançoso de que Israel e o movimento Hamas cheguem a um acordo até 5 de março, poucos dias antes do início do Ramadã.
“O meu conselheiro de Segurança Nacional me diz que estamos perto, mas ainda não alcançamos. Minha esperança é que na próxima segunda-feira tenhamos um cessar-fogo”, disse Biden em entrevista em Nova York. O representante do Hamas no Líbano, Osama Hamdan, reiterou que “a menos que a fome em Gaza seja interrompida e a agressão seja encerrada” não haverá trégua. Ele citou como cúmplice da guerra a administração de Washington, que acusou de “pressionar” e querer “enfraquecer” as exigências do grupo palestino.