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Em um panorama nacional de 31% de excesso de peso na população até 19 anos, Marília conta com um programa multiprofissional para crianças e adolescentes

Publicado em 24/10/2025 – 11:16

Em um panorama nacional de 31% de excesso de peso na população de zero a 19 anos de idade, o Caoim (Centro de Atendimento à Obesidade Infantil de Marília), serviço público que funciona através da gestão da Gota de Leite, alcança 85% de adesão e 77% de resultados diretos no desenvolvimento do programa. Os índices são extraídos da última análise de eficácia, de setembro deste ano. O trabalho vive o maior número de matriculados desde a sua implantação, há 16 anos. 

Dados oficiais do Sisvan (Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional) _ órgão vinculado ao Ministério da Saúde _ alertam para o aumento gradativo da obesidade em adultos, chegando a uma incidência de 34,6% em 2024. Nesse cenário multifatorial para o sobrepeso, as crianças e adolescentes estão inseridas: Ainda segundo o Sisvan, 31 em cada cem pessoas de até 19 anos de idade apresentam sobrepeso, obesidade ou obesidade grave.

O relatório da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) confirma que a obesidade infantil superou a desnutrição como principal forma de má nutrição em 190 países, incluindo o Brasil e exceto na África Subsaariana e no Sul da Ásia. O aumento é impulsionado pelo consumo excessivo de alimentos ultraprocessados, que são mais baratos e disponíveis, só que prejudiciais à saúde. O documento revela que a prevalência de desnutrição entre crianças de 5 a 19 anos caiu desde 2000, de quase 13% para 9,2%, enquanto as taxas de obesidade aumentaram de 3% para 9,4%.

Embora a desnutrição continue sendo uma preocupação no Brasil, a prevalência de excesso de peso cresceu significativamente, daí a relevância de um serviço municipal como o Caoim. Marília-SP conta com um programa que oferece atendimento multiprofissional com foco em tratar o sobrepeso de crianças e adolescentes, mas, muito além disso: Se preocupa com a saúde, a qualidade de vida e a reeducação de hábitos e alimentos, com resultados diretos, em curto prazo, e indiretos, em médio e longo prazo.

A nutricionista do Caoim, Marília Mendes de Lima, salientou que o programa não se pauta somente na quantidade, mas também na qualidade dos alimentos. “A desnutrição pode, inclusive, acontecer em pessoas com obesidade, quando o corpo recebe uma oferta de energia muito alta, mas com baixa qualidade nutricional. Ou seja, há um excesso energético associado a uma alimentação rica em ultraprocessados, com açúcares e gorduras ruins, mas com baixa ou nenhuma oferta de proteínas, vitaminas e minerais, o que leva ao aumento de peso, mas deixa o organismo cada vez mais carente de nutrientes”, explicou.

A médica generalista do Caoim, Camila Martins Paredes, ressaltou que o tratamento em crianças não se baseia somente em perda de peso, pois elas estão em idade de crescimento. “Usamos os gráficos de peso e altura do Ministério da Saúde, que são úteis na classificação de acordo com a idade e sexo”.

O relatório do trabalho no mês de setembro apresenta uma manutenção e redução de IMC (Índice de Massa Corpórea) em 77% dos pacientes do Caoim. Em relação a adesão do programa, o serviço teve 131 pacientes presentes nas consultas, entre atendimentos individuais, matrículas e retornos, correspondendo a 85,6% dos pacientes.

Atualmente há 154 pacientes matriculados no Caoim, crianças e adolescentes de seis a 17 anos, além de 31 aguardando triagem para começarem a ser atendidos. É o maior número da história do programa, que tem porta aberta às demandas de famílias interessadas. E a médica ressaltou: “O tratamento da obesidade, por se tratar de uma doença crônica, deve ser algo contínuo, gradativo e permanente. Nosso tempo com os atendidos dura, em média, até dois anos, mas nosso trabalho é para que eles e suas famílias levem o que aprenderam por toda vida”.  

A equipe do Caoim é composta de 11 funcionários, todos contratados pela Gota de Leite. Além da médica e de duas nutricionistas, atuam no serviço uma enfermeira,  dois educadores físicos, dois fisioterapeutas, uma psicóloga, uma auxiliar de Serviços Gerais e uma auxiliar de Escrita.

Gráficos apresentados pelo Caoim exemplificam a resposta ao tratamento. Um deles é de um menino que foi absorvido pelo Caoim após detecção de obesidade grave, quando tinha aproximadamente sete anos e meio. A curva descendente, por vezes íngreme, mostra a melhora expressiva do paciente durante o período em que foi atendido pelo programa, até os nove anos de idade. “Esse garoto e sua família conseguiram, através das mudanças orientadas nos hábitos de vida e do tratamento para controle da ansiedade, deixar a obesidade grave e entrar na faixa de IMC compatível com a alta do tratamento”.

No atual modelo do Caoim há um total de 220 vagas disponíveis e menos de 200 estão ocupadas. O endereço é rua Nove de Julho, n. 395. Além do atendimento multiprofissional, há atividades lúdicas que estimulam a reeducação alimentar e a prática de atividades físicas, o envolvimento direto das famílias no atendimento e em ações coletivas, eventos externos de conscientização, eventos de confraternização e interação com a equipe, preparo e oferta de lanches saudáveis e, comumente, entrega de kits de legumes da estação.

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