Município tem 392 imigrantes cadastrados, sendo seis na condição de refugiados. Censo inédito será lançado para mapear essa população.
Por g1 Bauru e Marília 20/06/2025 11h26
Nesta última sexta-feira (20) foi celebrado o Dia Mundial do Refugiado, data que homenageia a coragem e a força das pessoas obrigadas a deixar seus países de origem por conta de guerras, perseguições ou outras violações dos direitos humanos. Em Marília (SP), ações de acolhimento e regularização são realizadas durante todo o ano para garantir dignidade e inclusão a quem chega em busca de proteção.
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De acordo com a Secretaria Municipal de Cidadania, atualmente há 392 pessoas cadastradas como imigrantes na cidade, sendo seis delas oficialmente reconhecidas como refugiadas.
“A situação do meu país, a inflação, escassez de alimentos, medicamentos… a gente foi ficando cada vez com menos dinheiro e a dificuldade para ter as coisas. Aqui teve muita gente que me acolheu, já falo que sou parte dessa sociedade. O que eu queria é que toda a população soubesse que nós estamos aqui, somos refugiados, migrantes, mas também somos parte dessa sociedade. Nós colaboramos com ela, amamos nossa sociedade”, disse Sahir.
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Sahir conta sobre sua chegada ao Brasil — Foto: Reprodução/TV TEM
Já a síria Sharon Angle vive há 11 anos em Marília e compartilhou a dor de deixar sua terra natal por conta da perseguição religiosa.
“A gente saiu só na roupa e no corpo, a única coisa que eu queria é um abrigo. Aí eu lembro que o consulado perguntou: ‘Sharon, por que você quer ir ao Brasil?’. Eu falei para ele: ‘Eu quero um país cristão’.”, explicou Sharon.
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Sharon vive há 11 anos em Marília e compartilhou a dor de deixar sua terra natal por conta da perseguição religiosa — Foto: Reprodução/TV TEM
Trabalho de apoio
Também em entrevista a TV TEM, a secretária de Cidadania de Marília, Hélide Maria Parrera, explicou que o trabalho começa assim que essas pessoas chegam ao município.
“Quando ele chega no nosso núcleo de apoio humanitário, a equipe já começa esse processo de regularização de todas as documentações e já é encaminhado para o Cras, que é o Centro de Referência e Assistência Social, para que essas pessoas e famílias tenham acesso à rede social de assistência”, explicou Hélide.
Com a documentação em ordem, muitos refugiados passam a ser reconhecidos como imigrantes, podendo buscar emprego, estudar e acessar serviços públicos com mais autonomia.
Censo inédito
Neste domingo (22), a cidade lança o primeiro censo específico da população imigrante e refugiada. O levantamento vai permitir mapear o perfil dessas pessoas, entender suas necessidades e orientar políticas públicas de acolhimento e integração.
A data também é um alerta sobre a importância da empatia, da hospitalidade e da defesa do direito à proteção internacional.
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Secretária de Cidadania de Marília, Hélide Maria Parrera, explicou sobre o funcionamento do trabalho — Foto: Reprodução/TV TEM