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dom, 21 de Janeiro
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A partir da análise da estrutura e da carga armazenada, as perdas financeiras causadas pela explosão de silo em armazém da C. Vale, em Palotina, no Paraná, podem ultrapassar os R$ 50 milhões, segundo especialistas em armazenagem consultados pela reportagem.

Ao analisar as imagens do local antes e depois da explosão, é possível identificar que a estrutura utilizada para armazenar a carga de milho é um armazém graneleiro de alvenaria e não um silo. Trata-se de uma grande estrutura de concreto interligada por dutos por onde os grãos chegam, após a secagem, por túneis.

De acordo com o administrador Luiz Roberto Trevisani, diretor-geral da Mais Safra, empresa especializada em medição, processamento e armazenagem de grãos, um armazém graneleiro como o que sofreu a explosão costuma ter uma capacidade de 40 mil a 70 mil toneladas de grãos.

“A carga fica armazenada em montes dentro do galpão. Ela chega por cima e é descarrega por baixo, por túneis subterrâneos”, explica.

As equipes de resgate trabalham nesta quinta-feira para encontrar um trabalhador que ainda está desaparecido. Os esforços se concentram em retirar 10 mil toneladas de milho presentes no maquinário.

A C. Vale não divulgou a carga total de grãos que estava armazenada no momento do acidente, mas considerando a cotação atual do milho no Porto de Paranaguá, calcula-se que essas 10 mil toneladas representem R$ 10 milhões.

Sistema de armazenamento inclui dutos e túneis

Um consultor especialista em armazenamento de grãos procurado pela reportagem explica o funcionamento do sistema de uma planta semelhante ao da C. Vale. Ele estima que o investimento para montar uma estrutura como a de Palotina varia muito, mas pode ficar na faixa dos R$ 40 milhões. Antes de chegar no armazém graneleiro, a carga de grãos passa por uma etapa de pré-limpeza, um silo de espera e as torres de secagem.

“O milho deve chegar a uma umidade de 13%. Nesse nível, ele pode ficar armazenado por até oito ou dez anos”, explica o especialista. O solo do galpão do armazém graneleiro tem dutos por onde circula ar, de forma a manter os níveis de umidade. E conta com comportas, que escoam a carga para um túnel subterrâneo onde ficam os transportadores — esteiras ou correntes do tipo redler — que elevam os grãos até o silo de descarga.

Segundo o consultor, esses túneis costumam ter um espaço de 2,5 × 2,5 metros e ter toda a extensão do comprimento do armazém graneleiro. Foi num deles, segundo as informações prévias, que ocorreu a explosão durante uma manutenção.

“Sabemos que os túneis contam com iluminação especial e motores à prova de fagulhas. Esse é um cuidado muito grande das empresas, porque é de conhecimento que a poeira do milho é inflamável. Então precisamos entender ainda o que pode ter desencadeado”, afirma.

Outra possibilidade é que a explosão tenha ocorrido em alguma caldeira, utilizada para gerar energia para os sistemas de ventilação e/ou secagem. Secadores costumam pegar fogo e não explodir.

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