O projeto ‘Memórias, vivências e leitura dramática’, do grupo Leitores da Balbúrdia, envolveu os idosos do Centro Dia ‘Anos Dourados’ em vivências e leituras dramáticas. A iniciativa foi finalizada na quinta-feira da semana passada, dia 2 de maio de 2024. Além de dramatização, os participantes do Centro Dia ‘Anos Dourados’ acompanharam várias manifestações artísticas, como poesia e canto.
No ano passado, o grupo Leitores da Balbúrdia foi aprovado em edital da Secretaria Municipal de Cultura de Marília para a realização de oficinas, oportunidade em que surgiu a ideia de desenvolver um pequeno projeto para ser realizado com idosos. Ao iniciar o trabalho no CDI ‘Anos Dourados’, o grupo percebeu que precisaria estender o programa por mais tempo, tendo em vista o sucesso e a alegria proporcionados aos idosos que podem sofrer de depressão senil.
A proposta trouxe momentos especiais para que os idosos pudessem vivenciar suas histórias e sentimentos. Inicialmente, o projeto teria apenas dois encontros. Porém, a ideia se transformou em 23 encontros de 2h30 de duração cada, o que proporcionou uma maior interação por meio de brincadeiras, jogos, poesias, reflexões, dinâmicas, resgate de memórias e trocas intergeracionais.
Dessa forma, houve fortalecimento dos laços entre os participantes (idosos, servidores e o próprio grupo) permitindo que as histórias e as vivências fossem compartilhadas e recontadas. Para estes resgates de memória foram utilizadas músicas das décadas de 40, 50 e 60 para despertar a imaginação, estimular a mente e criar conexões emocionais, incentivando os idosos a contar suas próprias histórias com o intuito de contextualizá-las utilizando a leitura dramática.
A apresentação teve a seguinte programação: Música oriental por Eiu Yamaguti, Mie Miura e Yosico Kamimura; Canto do hino evangélico “Sou Feliz” por Concelina de Souza, Poema “José” de Carlos Drummond de Andrade por Luiz Carlos de Moraes, Poema Cora Coralina “Meu Destino” por Wilma Barbosa Gaspar e José dos Santos, Poema autoral “Nobreza” por Ismar de Oliveira Franco, Coreografia de dança oriental com as convidadas Ana Laura Bonini e na Esmeralda Jatobah, Música ‘É preciso saber viver’ de Roberto Carlos interpretada por Maria Aparecida Alves Cardoso, Apresentação de ‘Memórias e Vivências’ pelas integrantes do Grupo leitores da Balbúrdia, Aldrey Firmino, Ilka Venturini, Patrícia Butignol com direção de Helena Venturini, Finalização com a participação de todos os idosos ao som de Zeca pagodinho com a música ‘Jura’.
Conforme informou a encarregada do Centro Dia, Érika Rodrigues Caldeira Colombo, esses eventos são importantes para o resgate da autonomia e autoestima dos idosos, momentos em que podem mostrar suas habilidades participando de um projeto que foi desenhado especialmente para eles, demonstrando que são parte da sociedade e que ainda têm muito a contribuir. “As memórias, vivências e a leitura dramática contribuem para o desenvolvimento pessoal, social e cultural dos indivíduos, permitindo a valorização da memória, imaginação e emoções, nos conectando com o passado, moldando a identidade, cultivando empatia, estimulando a reflexão crítica. Ao realizar a leitura dramática construímos uma narrativa coletiva, capaz de promover coesão social, fortalecendo laços. Ao ouvir as histórias e experiências de diferentes pessoas, somos capazes de nos colocar no lugar delas, compreender suas perspectivas e cultivar um senso de empatia mais profundo. Essa habilidade é fundamental para a construção de sociedades mais inclusivas e solidárias,” enfatizou a atriz Helena Venturini, componente do grupo e diretora do espetáculo.
“Entendo que este projeto precisa continuar, pois contribuiu muito para os idosos que precisam de atenção e inclusão. Como idosa que sou, eu e Ilca Venturini (integrante do Grupo que participou comigo em todos os encontros), consigo ver e sentir melhor os anseios deste público, pois também necessitamos desta voz que oferecemos a eles. Simbolicamente, pensei também em deixar uma cadeira vazia no palco personificando a necessidade de dar voz aos idosos, que em nossa sociedade são invisíveis,” finalizou Helena.
“Aqui vemos uma equipe com brilho nos olhos, que expressa comprometimento com o que está fazendo, amor e paixão. Isso reflete na forma com que os idosos são tratados, e eu acredito que eles são as melhores testemunhas que podem dizer o que de fato acontece aqui”, disse o secretário municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Clóvis Augusto de Melo.
“É importante realizar momentos como esse que promovem uma interação tanto entre os idosos e seus familiares, quanto entre eles idosos, que podem se conhecer melhor. Eles ficam muito felizes, emocionados e saem com a certeza da importância que têm tanto para nós quanto para seus familiares. Agradecimentos ao Grupo Leitores da Balbúrdia por tão belo trabalho”, concluiu o secretário da Assistência.