A Dori Alimentos, que estava à venda desde abril e chegou a ser avaliada por empresas americanas como Mars, Hershey’s e Mondelez, foi arrematada por uma outra gigante dos Estados Unidos, a Ferrara Candy Company. A compradora é controlada pela CTH Invest, firma de investimentos de Giovanni Ferrero, também acionista e chairman do Grupo Ferrero de marcas como Ferrero Rocher e Nutella.

Inicialmente, a ideia da Dori era buscar um IPO, para colocar dinheiro em caixa e dar saída ao fundo de private equity Acon. Depois, com a piora do mercado, partiu para o plano de fazer um M&A, considerando vender apenas a participação do fundo. A procura por um comprador foi antecipada pelo Pipeline.

No fim das contas, porém, a Ferrara levou 100% do ativo — a parte da Acon e da família fundadora, de Marília, interior de São Paulo. O Pipeline apurou que a transação foi de quase R$ 2 bilhões. A Dori, que é dona de marcas como Pettiz, Gomets, Bolete, Yogurte 100, Chococandy e Disqueti, fatura R$ 1,1 bilhão por ano, com 3,1 mil funcionários, e tem uma margem em torno de 15%.

A Ferrara foi fundada há mais de 100 anos em Chicago e detém marcas como Black Forest, Brach’s, Nerds, SweeTarts e Trolli. A companhia foi comprada pela empresa relacionada ao grupo italiano em 2017, das mãos do private equity L Catterton. Enquanto o Grupo Ferrero tem outros acionistas, a CTH concentra a diversificação do herdeiro em outros segmentos de consumo alimentar, como balas e biscoitos.

Com a aquisição da Dori, a companhia pretende ampliar ainda mais sua presença no mercado brasileiro de balas e gomas. “A Dori tem um ótimo fit com a Ferrara, com um portfólio complementar de doces, herança semelhante e uma cultura interna orientada por valores”, afirmou Marco Capurso, CEO da Ferrara, em nota. “Estamos entusiasmados para entrar no mercado brasileiro de rápido crescimento e criar uma tremenda oportunidade para Dori e Ferrara.”

O J.P. Morgan assessorou os vendedores na transação.