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O perigo é real mesmo em quantidades consideradas leves e moderadas

Por Silvia Melo

28/04/2025 07:20

O consumo regular de álcool, mesmo em níveis considerados leves a moderados, pode acelerar o envelhecimento do cérebro e afetar negativamente a flexibilidade comportamental — e esses efeitos já são perceptíveis entre adultos jovens, com idades entre 20 e 30 anos. Essa é a conclusão de um estudo inovador publicado na revista Alcohol: Clinical and Experimental Research, conduzido por pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos.

A pesquisa utilizou uma abordagem inédita, combinando exames de ressonância magnética cerebral com ferramentas de aprendizado de máquina (machine learning) para estimar o envelhecimento cerebral em adultos que relataram diferentes padrões de consumo de álcool. Os resultados reforçam a crescente evidência de que o álcool tem um impacto direto e precoce na estrutura e no funcionamento do cérebro, podendo antecipar o surgimento de déficits cognitivos típicos do envelhecimento.

O que o estudo revelou sobre o álcool e o cérebro

  • Foram avaliadas 58 pessoas, com idades entre 22 e 40 anos, das quais a maioria começou a beber ainda na adolescência.
  • Após responderem a questionários sobre consumo de álcool e realizarem testes de flexibilidade cognitiva, os participantes passaram por exames cerebrais em 3D.
  • Com base nessas imagens, algoritmos de inteligência artificial calcularam a chamada Diferença de Idade Predita (DAP) cerebral — ou seja, o quanto o cérebro aparentava estar “mais velho” em relação à idade real da pessoa.

Quanto maior o consumo de álcool, maior a aceleração do envelhecimento cerebral;Participantes com maior envelhecimento cerebral apresentaram mais erros de perseverança, um indicativo de inflexibilidade comportamental;A inflexibilidade cognitiva, característica comum em cérebros envelhecidos, pode estar diretamente ligada ao consumo de álcool por meio desse envelhecimento precoce.

Embora o consumo de álcool, por si só, não tenha previsto diretamente os erros nos testes cognitivos, a aceleração do envelhecimento cerebral foi identificada como um elo crítico nessa relação.

A flexibilidade comportamental é essencial para lidar com mudanças, resolver problemas e tomar decisões adaptativas. A perda dessa capacidade está associada a comprometimentos cognitivos, transtornos psiquiátricos e condutas repetitivas prejudiciais — como continuar a beber, mesmo diante de consequências negativas, algo comum em casos de transtorno por uso de álcool.

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